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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

maria martins: metamorfoses

 Escultora de talento reconhecido nos anos 1940 pelo crítico francês André Breton, que a integrou ao movimento surrealista, Maria Martins (1894-1973) participou ativamente da criação da Fundação Bienal de São Paulo.
Esposa do embaixador do Brasil em Washington, viveu temporadas em Nova York, onde namorou o pintor holandês Piet Mondrian e teve longo romance com o artista francês Marcel Duchamp. Este a fez protagonista de sua obra Étant donnés (1944-1964), pedra de toque da arte contemporânea e fonte de percepções simbólicas.
Nascida Maria de Lourdes Alves, em Campanha, MG, e filha de senador, foi alfabetizada em francês no Colégio Sion. Casou-se aos 21 anos, no Rio de Janeiro, com alto funcionário público federal. Abandonou o marido, após dez anos de casada, para assumir ligação amorosa com o diplomata brasileiro Carlos Martins.
A raiz surrealista não encontrou terreno fértil no Brasil, sufocada pela hegemonia das linguagens abstratas. A volta de Maria para o Rio, nos anos 1950, foi marcada por certa animosidade da crítica. Nem as marcantes participações dela na Bienal de São Paulo conseguiram reparar isso.