Roberto
Matta é um dos mais importantes artistas chilenos. Suas pinturas retratam uma espécie de criaturas
híbridas, uma mistura entre seres autômatos e insetos.
Inspirado
pelo Surrealismo, Roberto Matta dizia ilustrar, com sua obra, um mundo de sonho
da civilização tecnicista moderna.
Roberto
Matta foi casado com a artista americana Anne Clark e pai dos gêmeos, também
artistas, Sebastian e Gordon Matta Clark. Sebastian suicidou-se em 1976 e
Gordon morreu de um câncer pancreático em 1978.
Um dos artistas contemporâneos mais importantes dos Estados Unidos, Frank Stella, com suas pinturas-relevo, é apontado como um artista fundamental ao desenvolvimento da neo-vanguarda norte-americana e, em particular, ao surgimento do minimalismo.
As pinturas-relevo não apresentam distrações: a estrutura é óbvia, a intenção é clara e a essência é pura.
Michel Majerus
nasceu em Luxemburgo, em 1967. Na sua obra, destacam-se as pintura de grandes
dimensões, o uso de mídia digital e vídeo arte. Grande parte de seu trabalho é
denominado pop reloaded, pela ênfase na confusão visual das grandes metrópoles
e nas imagens de dimensões semelhantes aos grandes billboards usados em propagandas.
Majerus
morreu em 2002, na queda do vôo 9642, enquanto voava de Berlim
para Luxemburgo.
A artista inglesa, Judy Pfaff, é pintora, escultora, gravadora, instaladora, ou melhor, uma artista semionauta: uma criadora de percursos dentro de uma paisagem de signos.
Suas belas construções nos provocam novas maneiras de ver, a partir de dimensões voláteis, multiplicidade de camadas e linhas, correntes de luz e multiplicidade de cores.
Rirkrit Tiravanija, artista de origem tailandesa, nascido na Argentina e criado entre Tailândia, Etiópia e Canadá. Sua obra dá continuidade ao projeto da união arte e vida iniciado por Marcel Duchamp e Kurt Schwitters. Nela, impera a precariedade dos materiais ou, segundo Bourriaud, o uso de materiais mendigos.
Diante de uma obra que consiste essencialmente no consumo de um prato, e por meio da qual os visitantes, tal como o artista, são levados a executar gestos cotidianos, Tiravanija nos lembra da nossa própria vida em sociedade.
Apesar de Tiravanija preparar e servir comidas em algumas de suas obras, vemos que a arte não reside no prato, o que poderia ocorrer se fosse um trabalho de gastronomia propriamente dito. A arte tampouco reside na preparação da comida, mas sim na interação entre as pessoas que tiveram a sorte de participar de uma destas ações. Na atividade humana de produzir e consumir e a partir deste consumo, produzir novos significados.
Tiravanija é um artista que inventa novos vínculos entre as atividades artísticas e as atividades cotidianas (ouvir música, comer, descansar, conversar). Ele cria espaços de sociabilização precários, nada duradouros, mas eficazes porque irão privilegiar o contato humano e ao mesmo tempo expor as noções de comunidade e do efêmero.
"My paintings are titled after they are finished. I paint from remembered landscapes that I carry with me - and remembered feelings of them, which of course become transformed. I could certainly never mirror nature. I would more like to paint what it leaves with me."
Joan Mitchell considerava-se a última pintora expressionista abstrata americana. Sua obra é marcada pelo ritmo composicional, pela gestualidade das pinceladas e pelo uso de cores vivas e impactantes.
Inspirada nas paisagens naturais e na poesia, sua intenção não era produzir imagens reconhecíveis, mas que pudessem expressar emoção.
Em geral, a crítica descreve seu trabalho como violento e, ao mesmo tempo, lírico.
“Minha
arte é uma expressão da minha vida, sobretudo da minha doença mental,
originária das alucinações que posso ver. Traduzo as alucinações e imagens
obsessivas que me atormentam em esculturas e pinturas.”
A artista japonesa, Yayoi Kusama, nasceu em
março de 1929 e, ainda hoje, aos 83 anos, trabalha ativamente. Segundo Yayoi, desde
a infância ela sofre de alucinações. Sua mãe era uma mulher de negócios e
jamais aceitou a veia artística da filha, chegando a agredi-la fisicamente
diversas vezes por causa disso. Numa espécie de fuga, ela passou a expressar,
usando guache, aquarela e tinta a óleo, as bolinhas ou pontos do infinito,
conforme a denominação da artista.
Aos 27 anos, Yayoi vai para os Estados Unidos,
onde trabalha com grandes nomes da Arte Moderna e Contemporânea como Andy
Warhol, Joseph Cornell e Donald Judd. A artista realiza diversos happenings, denominados love forever, contra a guerra do Vietnã.
Em 1973, devido ao agravamento de seu transtorno
obsessivo, retorna ao Japão. Lá, interna-se em um hospital psiquiátrico onde
vive até hoje, por vontade própria, apesar de usar seu apartamento, há poucos
minutos do hospital, como ateliê.
Paul Gauguin, “D’où
venons-nous ? Qui sommes-nous ? Où allons-nous?” (1897)
Paul
Gauguin foi um tradutor. O pintor, como Nicholas Bourriaud observa, não explora
o território polinésio como um etnólogo, ele o traduz. O monumental “De onde
viemos? Quem somos? Para onde vamos?”, de quase quatro metros de comprimento, por
exemplo, trata pictoricamente do encontro do artista com o contexto cultural no
qual se instala. Gauguin não introduz motivos autóctones na pintura ocidental,
mas rompe com ela ignorando a linearidade temporal dominante no sistema pictórico
ocidental. De acordo com uma convenção, pelo menos até o século XX,
um quadro deveria ser lido como se lê um texto, o passado figurando à esquerda,
e o futuro, à direita. Gauguin destrói as regras da composição clássica
situando o recém-nascido à direita do quadro, uma mulher idosa embaixo, à esquerda,
e, no centro, no primeiro plano, a imagem de um adorador. “De onde viemos? Quem
somos? Para onde vamos?” revela um universo sem origem ou fim determinados. É,
ao mesmo tempo, um manifesto anticristão e antiescatológico, emanado pela ideia da harmonia natural e da circularidade do tempo.
Light and Colour (Goethe´s Theory) The Morning after the Deluge, Moses Writing the Book of Genesis, 1843
O artista plástico inglês Joseph Mallord William Turner (1775-1851) é considerado um dos precursores do Impressionismo e, também, o primeiro pintor de vanguarda da história. Isso devido ao tratamento que o artista dava às cores e à luz e ao modo em que suas últimas obras transgrediram o modelo tradicional da visão humana.
Até o século XIX, acreditava-se que o modelo da visão humana era análogo ao da câmara obscura. A percepção visual, a partir desse princípio, pressupunha, entre outros fatores, a posição estática e interiorizada de um sujeito observador separado de um objeto observado. Estranhamente, as últimas pinturas de Turner deixaram de apresentar essa costumeira distância entre o sujeito e o objeto. No quadro,Light and Colour (Goethe´s Theory) – The Morning after the Deluge – Moses Writing the Book of Genesis, de 1843, por exemplo, podemos notar a experiência de um olho que olha diretamente para o sol. Percebemos, assim, a luz do sol penetrando no corpo humano e provocando uma proliferação de cores incandescentes.
As pinturas de Turner sempre foram dominadas pela imagem do sol, mas, em suas últimas obras, o sol e o olho se fundem. A estrutura circular do quadro mimetiza a forma do sol e, também, corresponde à pupila do olho e ao campo da retina no qual a experiência temporal da imagem se desdobra. Para o artista, o sol passou a pertencer ao corpo humano e o corpo humano passou a assumir o controle dos efeitos visuais causados pelo sol.
Angel Standing in the Sun. J.M.W. Turner, 1846
A obra Angel Standing in the Sun, de 1846, também expõe a consciência de Turner da “corporalidade” da visão, ou seja, do corpo como local de produção dos eventos cromáticos. Essa percepção permitiu que o artista concebesse seus últimos quadros a partir de uma experiência óptica abstrata em que a visão não correspondia aos objetos do mundo exterior. Novamente, a estrutura dessa obra é insistentemente circular e encerra um vórtice de pura luz dourada. Como no exemplo anterior, temos a percepção da imagem em seu desdobramento temporal no campo da retina. Isso indica não apenas a fusão entre olho e sol, mas, acima de tudo, a fusão entre sujeito e objeto.
A obra do artista chinês, Bai Yiluo,
justapõe as técnicas e o imaginário da escultura tradicional a elementos aleatórios
de diversas mídias, em especial, as ferramentas do trabalho no campo, em
referência a seu passado de camponês. Yiluo constrói instalações que refletem a
condição humana como um conflito cíclico e violento entre povos e culturas.
A carioca, Adriana Varejão, está entre as mais bem sucedidas artistas brasileiras no circuito mundial. Sua obra tem como base o período colonial brasileiro. Ela se inspira, ainda, nos botequins cariocas e nos banheiros públicos.
Através da releitura de elementos visuais incorporados à cultura brasileira pela colonização, como a pintura de azulejos portugueses, ou a referência à crueza e agressividade da matéria, a artista discute relações paradoxais entre sensualidade e dor, violência e exuberância. Seus trabalhos abordam questões tradicionais da pintura, como cor, textura e perspectiva.
"I happen to be Mrs. Jackson Pollock and that's a mouthful. The only thing I haven't had against me was being black. I was a woman, Jewish, a widow, a damn good painter, thank you, and a little too independent."
Lee Krasner foi uma influente artista expressionista abstrata americana. Ela frequentemente recortava seus próprios desenhos e pinturas para criar colagens, ou mesmo, às vezes, descartar ou modificar séries inteiras de trabalhos.
Krasner e Pollock se apoiaram durante o período em que o trabalho de ambos ainda não era reconhecido. Krasner, em particular, lutou contra a desconfiança do público por sua condição de mulher e de esposa de Jackson Pollock.
"I was not in a position to say I will not continue painting or I will continue painting...I am preoccupied with trying to know myself in order to communicate with others. Painting is not separate from life. It is one. It is like asking - do you want to live? My answer is yes- and I paint."
O pintor dinamarquês, Asger Jorn, é um dos principais fundadores do grupo CoBrA (Copenhague, Bruxelas e Amsterdam), criado por Jorn e outros membros, em 1949. O grupo foi batizado com as iniciais dos nomes das cidades de origem dos primeiros participantes do grupo.
O objetivo do CoBrA era pintar com total liberdade, utilizando um método baseado na espontaneidade e na experimentação livre. Os membros do grupo diziam que não buscavam inspiração em desenhos infantis ou nas formas da arte primitiva. Eles pintavam livres de qualquer influencia externa, obedecendo apenas os seus instintos.
Apesar de ter durando apenas três anos (1949 – 1951), o grupo causou grande impacto no cenário artístico, com suas pinturas abstratas, cores brilhantes, pinceladas violentas e ausência de qualquer mensagem.
O
fotografo cubano, Alberto Díaz Gutiérrez, mais conhecido como Alberto Korda,
ficou imortalizado pelo retrato, intitulado Guerrillero Heroico, que
fez de Che Guevara.
A
foto mais reproduzida de todos os tempos foi uma foto acidental. Segundo o próprio
Korda, após a explosão de um navio no porto de Havana, vitimando 81 pessoas e
deixando outras 200 feridas, toda a cúpula do governo cubano se reuniu no dia seguinte para um
discurso em praça pública, entre eles estavam Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e
os intelectuais franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Che se
posicionou atrás deles, numa segunda linha de autoridades. Alberto Korda, que
estava embaixo, junto do público, começou a fazer suas fotos para o Revolución
enquadrando cada uma das pessoas que estavam no palanque. Ele tirou duas fotos
de Che: uma na horizontal, como a câmera estava, e em seguida ajeitou a máquina
rapidamente e bateu outra foto na vertical. Mas ali ainda não
estava concretizada a foto que se tornaria fenômeno mundial.
A
foto de Che não foi utilizada no dia seguinte, somente sete anos depois, em
1967, o editor italiano Giangiacomo Feltrinelli obteve cópias da imagem na
horizontal, recortou as laterais da foto e as espalhou na forma de posters. As fotos foram publicadas um
pouco antes da morte de Che, no dia 8 de outubro de 1967. Korda nunca recebeu ou se empenhou para receber remuneração pelas fotos.
Stieglitz foi um influente fotografo
americano (filho de judeus alemães) galerista e promotor da arte moderna. Ele
ficou conhecido pela galeria de arte 291, que gerenciou em Nova York, nas
primeiras décadas do século XX. Através da galeria, trouxe ao conhecimento do
público americano, inúmeros artistas europeus de vanguarda. Stieglitz considerava
a galeria como um “laboratório” onde testava “o gosto do público”. Suas
fotografias refletem, em grande parte, as transformações na paisagem das
grandes metrópoles pós-industriais. Casado com a pintora Georgia O’keeffe,
registrou o trabalho e a vida pessoal da artista ao longo de vinte anos.