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quinta-feira, 12 de abril de 2012

pop art: nua e crua

                 Em oposição ao estilo emocionalmente carregado do expressionismo abstrato, duas tendências, também opostas, emergem no cenário artístico contemporâneo: a pop art e o minimalismo.
            A pop art utiliza temas banais característicos dos grandes centros urbanos, lida com a cultura americana e opta por técnicas da cultura visual de massa. A pop art surge, primeiramente, na Inglaterra, em meados dos anos 1950. A tendência inglesa também é focada na cultura americana; a colagem “O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?”, do artista Richard Hamilton, de1956, é considerada a primeira manifestação da pop art.

 “O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?”- Richard Hamilton - 1956

            Segundo a crítica, a pop art inglesa, dos anos 1950, enfatiza a cultura americana de uma forma distanciada e reflexiva que contrasta com a abertura da versão americana. Entre os artistas ingleses desse período encontram-se, entre outros, Eduardo Paolozzi, Nigel Henderson e Peter Blake.
            Pouco mais tarde, surge outra leva de artistas pop ingleses, seguindo os passos da primeira geração, mas com um trabalho, talvez, mais vibrante. Entre esses artistas destaca-se David Hockney, com suas referências aos lugares (como Hollywood) e aos amores homossexuais.

“Two boys in a poll, Hollywood” - David Hockney - 1965

            Na pop art americana, há um grande número de artistas conhecidos, como Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Andy Worhol, James Rosenquist, Roy Lichtenstein, Jim Dine, Tom Wesselmann etc. Um dos meus favoritos, no entanto, é Cleas Oldenburg. Ele desenvolve uma estranha relação com os materiais em seus happenings. Oldenburg cria modelos de itens de alimentação e vestuário feitos de musselina embebidos em gesso com estruturas de arame, pintados com esmalte, com um estilo de tinta derramada e pingada, seguindo a linha do expressionismo abstrato. Desse modo, o artista coloca problemas da pintura nos domínios da escultura. 

“The store” - Cleas Oldenburg - 1962

            Logo depois, Oldenburg expõe réplicas de um hamburger, uma fatia de bolo e um cone de sorvete feitos de vinil estofado e tecido. Agora, a cor é integrada ao material utilizado e não pintada como no trabalho anterior. Essas esculturas foram apelidadas de esculturas “limpas”.

"Giant hamburger" - Cleas Oldenburg - 1962

            Dessa vez, Oldenburg subverte a escultura tradicional ao trabalhar suas peças de dentro para fora e não de fora para dentro como é característico da técnica da cinzelagem.
            Os artistas pop americanos utilizam todo tipo de material em seus happenings, como rádios, telefones, fotografias etc., tudo para vivificar ainda mais a realidade americana. Essa forma de assemblage, começa a abrir espaço para a inserção do público na obra, o que leva, mais tarde, ao desenvolvimento do conceito de “instalação”.

“Bathtub” - Tom Wesselmann - 1963


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