O
coração de Leonilson com certeza dialoga com os corações de Antonio Dias. Pelo
menos com os primeiros corações de tendência pop art que o artista paraibano
desenvolve nos anos 1960. Neles, o que fica mais evidente da influência pop, é
o uso da estética típica da história em quadrinho.
Mas o uso da estética da história
dos quadrinhos, em Antonio Dias, nada tem a ver com uma referência à sociedade
de consumo e com a utilização das imagens da publicidade e da cultura de massa.
A poética particular de Dias vincula-se muito mais com o momento histórico e
político brasileiro: golpe militar, tropicalismo, perseguições políticas etc.
Sangue,
morte, violência, sexo, ironia, se misturam ao coração do artista. As tensões
da época são incorporadas na obra de Dias de maneira grotesca e confusa. Por
isso, as obras desse período recebem, muitas vezes, a denominação de “pop sujo”.
No
entanto, já no final dos anos 1960, a obra de Antonio Dias modifica-se
drasticamente. O artista caminha para um terreno mais conceitual, o jogo
intelectual torna-se cada vez mais uma característica de seu trabalho.
Antonio Dias é paraibano, de Campina
Grande, nascido em 1944, é um dos maiores artistas brasileiros da atualidade.
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